A história do

Pai Farias

 

Amaro Farias Filho sempre teve a curiosidade e o interesse de saber mais. E essa curiosidade o levou à busca de saber quem eram os nossos antepassados, de onde vieram e um pouco das suas histórias. E não existia fonte melhor de informação do que a fabulosa memória e amor pela família do nosso pai, Amaro Farias.

Dessa vez, o Amaro Filho foi preparado. De posse de um gravador de fita cassete, ele gravou uma entrevista com o nosso pai.

Este relato é um sumário dessa entrevista, feita em 1983, em Fortaleza, CE. Tudo aqui relatado veio dessa conversa, quase tudo literalmente como ele falou, nada sendo alterado. Em parênteses, eu pus algumas observações.

Manoel Joaquim de Farias, carinhosamente chamado pelos netos de Pai Farias, nasceu em Aquiraz, estado do Ceará em 1840.

Nos anos de 1800, (a data o papai não sabia com precisão). O Pai Farias com a sua mãe Bárbara, já viúva na época, mudou-se para Barbalha, e lá ele estabeleceu um negócio de comércio, carregado por animais, entre Barbalha e Mossoró, mais precisamente Areia Branca, porto mais próximo.

Em 1868, Pai Farias, viajando de Barbalha à Mossoró, casou-se com uma moça da família Guedes, do sítio Chiqueiro das Cabras, município de Cajazeiras, Paraíba; hoje é a cidade de Cachoeira dos Índios. O nome da senhorita não foi mencionado, mas ele menciona depois na gravação que o nome dela era Bárbara. (Não sei se ele confundiu, mas na gravação em várias ocasiões ele menciona Bárbara como sua avó. É possível que as duas tivessem o mesmo nome).

Depois de casado, o Pai Farias fixou residência em Paus dos Ferros, estado do Rio Grande do Norte, comprando a propriedade de nome Sítio Arapuá. Lá residia o seu primo e amigo Liberalino de Carvalho, conhecido como Umbilino, o povoador do Baixio (eu não encontrei a relação familiar com o Umbilino, talvez o papai usou a palavra primo não no sentido literal da palavra. O papai me disse quando das minhas buscas pelas histórias do nosso povo, que todos os filhos do pai Farias nasceram no Sítio Arapuá. Encontrei esse fato nas minhas anotações das conversas com o meu pai. Acho que ele falava dos filhos do Pai Farias e Bárbara, porque os filhos do segundo casamento nasceram no Baixio. Sobre o Liberalino de Carvalho, é possível que a relação familiar com o pai Farias se deu através do seu filho Mirandolino Alves de Farias, que teve como primeiro e segunda esposas, moças da família Carvalho, lá do Rio Grande do Norte. Outro filho do pai Farias, José Alves de Farias (esse não é o Joza Braçim) também casou com outra das irmãs Carvalho.

Anos depois, o Pai Farias mudou-se para o Sítio Marrecas, hoje um sítio vizinho à cidade de Cedro, Ceará, que não existia na época.

Em 1892, a Bárbara faleceu e foi enterrada no cemitério de Jacú, cemitério que ainda hoje existe.

Em 1893, o Pai Farias, na qualidade de amigo de Liberalino, que já havia então povoado o Baixio, foi lá visitar o amigo. O Liberalino o convidou a morar no Baixio cedendo parte da sua propriedade ao Pai Farias.

Em 1894 o Pai Farias já havia construído uma casa que ainda existe, conhecida hoje como casa do Cosmo. (Essa casa ainda hoje, 2021, existe e praticamente na sua condição original, poucas mudanças tendo sido feitas na sua estrutura)

Sobre o pai Farias, a entrevista terminou aqui, continuando com a história dos pais do Amaro Farias e da sua história que é rica de fatos interessantes.

As minhas observações

Sabemos pela genealogia deixada pelo papai que o Pai Farias casou pela segunda vez com Vicência Maria da Conceição, conhecida como Dona Rolinha, que era da família Ribeiro Campos, e tia da mãe do papai, vovó Joaquina.

Uma curiosidade é que na gravação o papai brevemente menciona que a sua avó Bárbara era de decência francesa.

O papai tinha uma admiração imensa pelos seus avós, paternos e maternos, mas em particular eu acho que o Pai Farias e o Pai Dedé, o seu avô materno, eram pessoas especiais e marcantes na sua vida. Eu lembro do amor e admiração que ele demonstrou nas minhas conversas com ele sobre o nosso povo de ontem. E essa admiração passou para mim e eu gostaria de repassar para vocês das novas gerações dessa bela Família, todo esse respeito e consideração.

Maria da Conceição quintino farias

Maria da Conceição quintino farias

Abril de 2021

Conceição é a terceira filha do segundo matrimônio de Amaro Farias. Casada com Jerry Roger King.

O relato foi escrito a partir das anotações de Amaro Farias Filho em entrevista com o seu pai.

Relíquias

Santuário

Neste santuário Pai Farias depositou todos os seus valores e crenças, a fé em Deus e o amor à família abençoada. Energizou as raízes desta frondosa árvore com a seiva do bem e da união, para produzir frutos os mais diversos, de matizes diferentes, porém doces e harmônicos.

Cabacinha

A cabacinha é para nós misteriosa. Pouco sabemos de sua origem… Vem passando por gerações e passou a representar o símbolo dos valores permanentes dos nossos antepassados. Eles não precisam ser escritos. Nós os sentimos ao vê-la ou tocá-la. Para nós ela é sagrada e elo de ligação com o passado e com a nossa história.

Galeria de Imagens

0 comentários

Deixe uma resposta